terça-feira, 25 de maio de 2010

Vício da temporada

A continuação da Virada Cultural tá .

Porque esse espaço é voltado para coisas mais interessantes que a Virada Cultural. Tipo Glee. É isso ai, gimme 5 se você assiste Glee! o/



Tudo começou assim: a Fox começou a passar teasers de uma tal série que iria estrear e era sobre um clube de coral de um colégio. Pessoas normais com mais de 13 anos viam nisso a receita para o fracasso. Musical de colégio se provou eficaz para atrair público pré-adolescente. Os exemplos anteriores - Rebelde e High School Musical - provam essa teoria.

Mas o teaser era chamativo. E o bônus - do mesmo criador de Nip/Tuck. Ali ficou claro que Glee não era mais uma série musical de colégio para crianças e pré-adolescentes. Não que crianças e pré-adolescentes não possam assistir Glee, longe disso. Só que a série tem um humor que não é voltado para criança.

E as músicas? Porque sim, é musical, logo tem músicas. A trilha é cheia de releitura de velharias, misturado com músicas atuais. É pra não saber mais o que esperar. E mais. Sabe aquela bandinha inglesa supervalorizada cujo vocalista é casado com a Gwyneth Paltrow, o Coldplay? Essa bandinha negou o direito de reprodução de suas músicas totalmente iguais pra série. Ai um dia eles cairam em si e liberaram os direitos e tal, quando viram o sucesso estrondoso que a série tem feito.

O sucesso é realmente estrondoso. CD's com as músicas utilizadas nos epsódios emplacando no TOP 5 do HOT 200 Albuns da Billboard. 45 hits emplacados nos 100 HOT Singles também da Billboard. Participações pra lá de especiais de astros da Broadway (Kristin Chenoweth, Idina Menzel e Jonnathan Groff), da atriz e cantora Olívia Newton-John (de Grease) e do ator Neil Patrick Harris, de How I Met Your Mother. Turnê em curso. E mais duas temporadas garantidas pela FOX antes mesmo do fim da primeira.

Sem falar na Jane Lynch, que por só por existir já puxa um público fodido. Como Sue Sylvester ela vive o tipo de vilã que todo mundo ama odiar. E nos presenteia com performances hilárias de Vogue e Physical.

Se você é do tipo "não-assisto-Glee-porque-não-tem-uma-trama-mega-elaborada", você é apenas um idiota, não uma pessoa mega inteligentona. Aposto que você também não assiste novela, nem BBB e que perdeu 6 anos da sua vida assistindo Lost. Mas Glee te garante semanalmente que estão todos vivos, cantando e que você vai passar uma semana se consumindo de ansiedade pelo próximo epsódio.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Virada Cultural - parte 1 (em primeira pessoa)

A Virada Cultural começou quando a dona Marta Suplicy resolveu investir todo o dinheiro das taxas numa noite com shows, peças e exposições espalhados pela cidade há 6 anos atrás.
Em 2008 eu me arrisquei a ir para a Virada. Resultado - antes da meia-noite já estava em casa. Por que? Centrão, muita gente, muito escuro, pouca segurança. Confesso que sinto um medo irracional do centro velho de São Paulo, mas isso não vem ao caso. A Virada Cultural não me conquistou.
E esse ano, fui incumbida de acompanhar o evento por conta de uma matéria da faculdade. Pensei em fazer a programação indoors. Teatro no Centro Cultural Banco do Brasil, Virada Cine Gastronômica no Belas Artes (que é meu cinema preferido), filminhos do CineSesc e exposições do Centro Cultural São Paulo.
E minha missão foi completamente #fail. Explico. Queria ver, no CCBB, o monólogo da Beth Goulart, Simplesmente eu, Clarice Lispector. É um monólogo que eu quero ver desde antes do carnaval e que não pude ver no Rio com uma amiga muito querida porque não consegui adiar minha passagem de volta. Mas voltemos ao foco. Foram 3 sessões na Virada Cultural e as três lotaram. Verei o monólogo na próxima sexta.
A próxima missão #fail foi o CCSP. Passei por lá, mas nada me chamou muita atenção. Nem os shows, nem as exposições. Apenas para uma comparação, os músicos que sempre ficam espalhados pela Paulista me chamaram mais atenção que os que estavam no CCSP.
A terceira missão já não foi tão #fail. Para quem frequenta o Noitão do Belas Artes, a Virada Cine Gastronômica foi um Noitão com comida nos intervalos. O problema foi a programação. Normalmente, no Noitão, eu sei que não sou público para um dos filmes. É de praxe. Eu sempre gosto de 2 entre 3 filmes. Mas nessa versão gastronômica, MELDELS.
Ok, eu cheguei tarde, comprei ingresso para a única sala reminiscente e fui obediente em me ater àquela sala, mas só um filme valeu a pena para mim. Índia, o amor e outras delícias. Os outros dois, PUTA QUE PARIU. O Tailandês O sabor da melancia é o tipo de filme que está todo errado. Filme oriental (sim, eu tenho esse preconceito), escatológico e bizarro, com direito a músicais sem noção e cenas de sexo que envolvem melancia. E o brasileiro Doce de coco paradíssimo.
No fim das contas, parei para conversar com a organização do evento, além de ganhar um dvd do sorteio. Sim, Julie e Júlia, que era o que eu realmente queria ver, acabei ganhando.
Enfim, Virada Cultural de novo, só por muito dinheiro. E sim, é preconceito meu, mas esse post é uma opinião minha. Pelo menos essa primeira parte, porque sim, farei análise e resenha ainda, onde destacarei a importância e a abrangência do evento.
Mas ó, prefiro muito pagar pelos eventos culturais que realmente me agradam que participar desses que sempre tem aglomeração, briga e morte (vide link postado por mim no twitter).

PS - A Virada Cine Gastronômica do Belas Artes foi paga. E o monólogo da Beth Goulart teve só uma sessão gratuita. As outras duas também foram pagas. O que complementa o que eu estava dizendo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Coisas essenciais

Post de tópico. Ou listas. Call it whatever you want. Para dias em que se acorda meio Rob Fleming e cisma em fazer top 5's.

Top 5 melhores coisas da vida
1 - Amigos: aqueles seres essenciais, que te conhecem de trás pra frente, que sabem que você vai fazer merda, mas sempre estão por perto para te abraçar, rir, chorar e te fazer feliz. Amigos de verdade. Não são muitos, mas sempre são os melhores.
2 - Família: família é menos importante que amigos porque família não se escolhe. Mas sempre vale a pena aquela tarde gostosa de domingo chuvoso com pai, tio, irmão e primos vendo futebol e mãe, tia, vó e primas na mesa falando bobagem.
3 - Namorar: no sentido amplo da coisa, de dividir a intimidade do dia-a-dia, não só a intimidade da cama. É gostoso estar apaixonada (o), ficar juntinho, viver todos aqueles clichês que solteiros odeiam.
4 - Solteirice: a solteirice é tão boa quanto o namoro quando bem aproveitada. Ninguém pegando no pé, ninguém enchendo o saco, a vida é só galinhar com a galere na balada e fazer todas aquelas coisas que seus pais ficariam horrorizados se imaginassem que um dia você fez.
5 - Ficar quieta: tem dias que a gente só quer ficar sozinha (o) e curtir a si mesma. Sim, isso é bom.

Top 5 melhores cantadas musicais
1 - Rope me in and smoke me - Lizzie West: mais direto impossível. Com direito a trocadilho de come e cum. Atenção especial pro verso "stanger on the crowd, when you gonna make your move?"
2 - Whistle for the choir - The Fratellis: sério, se você não conseguir nem um sorrisinho com essa música, se mata. A letra é bonitinha, a melodia é fácil de tocar, e você pode simplesmente dizer "a girl like you is just irresistible".
3 - Futuros amantes - Chico Buarque: ok, lugar comum. Não se faz necessária nenhuma explicação, se você é incapaz de entender que com um verso como "futuros amantes quiçá se amarão sem saber do amor que um dia eu deixei pra você" pode te abrir muitos corações.
4 - The Bakery - Arctic Monkeys: mesmo esquema de Whistle for the choir - arranca, no mínimo, um sorrisinho. Pode ser aquela coisa de deixar pensando depois "o que será que ela(e)quis dizer com isso?". Mas vale a pena investir com essa música também.
5 - Todo amor que houver nessa vida - Cássia Eller: mesmo conceito da Lizzie West. Não tem como ser mais direto. Ou "nós na batida, no embalo da rede, matando a sede na saliva" não é extremamente erótico?

5 melhores coisas que só se faz sozinho
1 - Dormir: ok, você pode dividir a cama, mas o ato de dormir você faz sozinho. E dormir de verdade, relaxar, ter sonhos absurdos é delicioso.
2 - Tomar banho: vale o mesmo que dormir, você até pode tomar banho com outra pessoa. Mas aquele banho relaxante, após um dia ruim vale mais que muita coisa.
3 - Ler: Pegar aquele livro que você comprou e deixou encostado na estante durante anos e descobrir que é a história da sua vida. Acontece.
4 - Rir sozinho: Pode ser trancado em casa ou na rua. Você pode ter visto algo engraçado ou lembrado de alguma coisa que aconteceu. Rir sozinho é delicioso.
5 - Se masturbar: não importa o que digam. Não, sua cara não vai encher de espinhas, nem sua mão de cabelos. E ninguém nunca vai saber te dar prazer se você também não sabe.

5 melhores dias do ano
1 - Aniversário: Ninguém se importa de ficar mais velho se isso sempre rende presentes, ligações, amigos queridos e família em casa.
2 - Natal: é como um segundo aniversário, exceto para aqueles que nascem no Natal, aí é só um aniversário com peru. Natal é legal porque a cidade fica linda cheia de luzinhas, todo mundo se mata de comprar coisas e você acaba ganhando só aquela lembrancinha, mas o que vale mesmo é a comilança, que nunca é tão boa quanto no Natal.
3 - Feriados prolongados: independente de qual seja, mesmo passando horas na estrada ou no aeroporto com vôos atrasados, todo mundo adora feriados prolongados. Todo mundo é a favor de feriados, independente da data que eles comemorem.
4 - Reveillón: pra muita gente o Reveillón é uma continuação do Natal. Muita comida, muita bebida e o tio bêbado arrancando a roupa e pulando na piscina. Reveillón é um novo começo, que nem aniversário. A gente promete sempre fazer tudo novo, caprichar na dieta, não se jogar de cabeça na paixão, não gastar mais do que pode, ad infinitum. É a redenção dos últimos 365 dias e a projeção dos próximos.
5 - Datas comemorativas que só fazem sentido pra poucas pessoas: aniversário de namoro, início de férias, dia de comer pastel na casa da vó.

Posts em listas sempre são extensos e divertidos de fazer. E sempre pedem continuação. Por hora, fiquemos só com as coisas boas. Em outra hora, faremos um post só de coisas ruins.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

E agora, Fiel?


Futebol é assim - se você nasceu brasileiro, em algum momento da vida já sofreu vendo um jogo. Seja ele do seu time do coração, seja da Seleção em Copa. Ainda que você não seja nenhum fanático e procure se manter apático nos demais campeonatos senão a Copa do Mundo, o futebol, bem como o samba e a cerveja, está marcado em você, quase como patrimônio nacional.
E ontem foi dia de Clássico dos Clássicos. Tinha muita coisa além de Conrinthians e Flamengo disputando uma vaga nas quartas de final da Libertadores. E essa classificação valia muito mais para o Corinthians esse ano que para qualquer outro time. A Libertadores é o calcanhar de Aquiles do Corinthians, e todo mundo sabe.
Mas os jogos foram assim - dia 28/04, no Maracanã. Jogo difícil por conta da chuva, parado porque a bola - e eu digo a de couro, não o Ronaldo ou o Adriano - não rolava e, na metade do segundo tempo, o Flamengo mostra para o Corinthians o que é jogar. Porque digam o que disserem, aquele pênalti a favor do Flamengo foi a mais esperta de todas as jogadas da partida. A torcida rubro-negra em peso, brincando com lasers e atrapalhando ainda mais uma partida que não estava fácil.
Ontem o Flamengo entrou em campo com o timing errado. Jogando como time pequeno, observando o Corinthians jogar. A missão do Flamengo era impedir a reação Corinthiana, coisa que só um jogador fez durante todo o primeiro tempo. Foram 45 minutos de 10 contra um - e não, isso não é uma punheta de duas mãos. Era o Corinthians contra o Bruno. Não fosse o Bruno jogar com sangue nos olhos, a vantagem Corinthiana seria muito maior que o 2x0 do primeiro tempo.
Ronaldo, ao contrário do primeiro jogo, vestiu o manto sagrado do Todo Poderoso, mais para salvar a própria pele que por gosto. Ele sabia que seria o alvo, não só da Fiel Torcida, mas de toda a mídia se não mexesse a pança e marcasse ontem. E foi o que ele fez. Ronaldo ontem saiu do Pacaembu aplaudido pela Fiel. Levava no peito a sensação de dever cumprido. E ainda assim, foi crucificado por toda a imprensa hoje. Ronaldo, o pobre coitado que só quer continuar jogando, com 33 anos, 2538 quilos e 8 cirurgias.
A vantagem do Timão no primeiro tempo, fez valer no segundo a regra básica do futebol de quem não faz, leva. O time voltou a campo para cometer o mesmo erro de timing que o Flamengo cometeu. Não foi à toa que Love marcou o gol da melhor derrota do Flamengo logo nos primeiros cinco minutos do segundo tempo. A reação rubro-negra foi fazer o que deveria ter sido feito desde o começo - segurar o jogo e garantir a classificação por mera formalidade.
O Corinthians, claro, passou o segundo tempo de pernas abertas. E digam o que disserem, o Flamengo não fez sua melhor partida. Podia ter marcado muito mais, tendo em vista a mediocridade do goleiro Corinthiano e a falta de raça que o time apresentava. Mas no segundo tempo o Flamengo se fechou. Como deveria ter feito desde o início. Houve, claro, um lance quase redentor para o Timão aos 47" do segundo tempo. A falta, belissimamente defendida pelo Bruno que foi o grande nome do jogo. Foi decisivo ali. Foi ele que classificou o Flamengo, além da ingenuidade do Mano Menezes, que devia estar possuido pelo espírito idiota do Ricardo Gomes e começou a fazer alterações incabidas no segundo tempo, fruto do desespero.
Mas ontem não foi só Corinthians contra Flamengo. Foi Corinthians contra Flamengo, São Paulo, Grêmio, Inter e os agourentos invejosos recalcados Palmeiras e Santos, que nem na Libertadores estavam. Ontem, todas as outras nações viraram a nação Rubro-Negra, e a Fiel Torcida estava sozinha. Eram 66 contra 10 - porque o Felipe não conta.
E a grande piadinha do ano vai ser o Centenada. Porque o foco do Corithians era ganhar a Libertadores no ano do Centenário. Mas a torcida continua Fiel e crê no Brasileirão. Com a vantagem que o Corinthians não tem quem mandar para a Seleção, então não vai sofrer desfalque no começo do campeonato. É torcer para uma boa campanha e acreditar na Libertadores 2011. Muito além do Playstation.
E por aqueles que não "perdem" 90 minutos do seu tempo sofrendo por um amor incondicional e irracional, só podemos rezar.

domingo, 2 de maio de 2010

Em primeira pessoa

Eu criei meu primeiro blog aos 12 anos. Era começo dos anos 2000, a internet era discada e mais elitizada. O Google não é o principal sistema de buscas e ainda não dominava o mundo. O Lula não era presidente. Não se falava em aquecimento global. Discutia-se como viramos o milênio sem o mundo acabar. Não existia Orkut, Facebook ou Twitter.
Minha mãe assinava a Veja. Eu lia a Capricho. Fazia inglês, natação, jogava capoeira e estudava à tarde. Estava com o braço esquerdo quebrado. Lia muito mais do que leio hoje. Frequentava o batepapo do finado ZAZ que virou Terra. Tempos depois, passei a frequentar o batepapo da Uol. Era aficcionada por fanfics de Harry Potter.
Descobri que a sensação da internet era, então, ter um blog. Segundo a Capricho, um diário online. E foi o que eu fiz desde então. Fiz, de todos os meus blogs, um Dear Diary cheio de mágoa juvenil e a vida não presta. Meu blog preferido tinha nome de música do Bowie. Ainda existe e no mesmo endereço. Eu cresci. A autora daquele blog não. O que eu achava genial, hoje me mata de vergonha alheia.
O desafio desse blog é a distância da primeira pessoa. Tirar um pouco do meu egoísmo e egocentrismo. Sair da seara da vida que não presta e falar de todas as outras coisas que possam me interessar. Não sei se consigo manter um blog com tal distanciamento, mas certamente vou tentar.
Os posts? Têm pipocado na minha cabeça ultimamente. De cinema a política. Passando até por gastronomia. Da mesma forma de sempre, cheios de pretensão e sabetudísmo, como eu costumo ser. Mas em terceira pessoa.