domingo, 22 de agosto de 2010

E a corrida presidencial, hein?

Se tem um termo que não faz o menor sentido para pessoas cuja imaginação seja tão fértil quanto a dessa que voz fala, esse termo é "corrida presidencial". Porque a tendência é sempre imaginar os candidatos à presidência numa espécie de São Silvestre que dura 10 meses. Ou numa corrida maluca, como o desenho homonimo.
Mas vamos falar do que importa. Quem sabe o nome de todos os candidatos à presidência sem recorrer ao Google? Pois eles são, em ordem alfabética: Américo de Souza (PSL), Dilma RoussefF (PT), Ivan Pinheiro (PCB), José Maria Ey Ey Eymael, o democrata cristão (PSDC), José Serra (PSDB), Levy Fidélix (PRTB), Marina Silva (PV), Plinio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU).
Todo mundo sabe que a grande briga é entre Dilma e Serra e que Marina está fazendo as vezes que Heloísa Helena fez nas eleições de 2006, de voto alternativo. Plinio já conquistou, por conta de suas vitórias, primeiro no debate da Band, depois em entrevista para o Jornal Nacional, a final na Libertadores da América, contra o Inter. (Tunduntss)
É importante destacar dois candidatos. Ey Ey Eymael. O democrata cristão e Levy Fidélix. Nenhum dos dois nunca vai ganhar eleição para grandes cargos, por diversos motivos, sendo o mais óbvio, os partidos e coligações pequenos que fazem parte. Mas ambos são ícones de anos políticos, como era o finado doutor Enéias Carneiro (que Deus o tenha em um bom lugar).
Mas Ey Ey Eymael, o democrata cristão sempre traz para os anos pares o seu grudento jingle. Tão grudento que ninguém nunca prestou atenção em suas propostas, mas sabe cantar o jingle.
E Levy Fidélix é o mais preocupante. Porque vale lembrar que Enéias e Havanir já foram os vereadores e deputados mais votados do país. E todo mundo que votou na dupla do PRONA, o fez como voto de protesto/chacota. Não que o Levy Fidélix corra esse risco agora nas eleições presidenciais. Mas ele serve perfeitamente para esse papel, com seu incrível projeto subestimado do aerotrem. Se a assessoria de imprensa dele fosse boa (oi Levy, tô topando uma assessoria, viu), essa seria a hora dele ser presidente, porque pra 2014 e 2016, o Aerotrem seria uma mão na roda.
Mas levando menos na brincadeira, devemos nos atentar para essa galera que faz voto de protesto/chacota pra criar um caos e elege um sujeito bastante aleatório, porém de credibilidade jocosa. Não adianta explicar que não existe voto de protesto, que votar branco e anular voto é deixar que outros escolham por você, uma vez que a eleição é ganha por aquele que tiver a maior parte dos votos válidos.
Então não adianta nada ser pseudo-comunista ou pseudo-socialista (sorry Plinio, folks do PCO, PSTU e afins, sorry galera riquinha da PUC, cujos pais gastam uma fortuna pra que vocês sejam pseudo-comunistas ou pseudo-socialistas em Perdizes, dirigindo Pegeouts, Citröens e utilitários), porque essas idéias, além de ultrapassadas nunca ganharam nem nunca vão ganhar eleição.
Quanto à Marina Silva, bem, como foi dito antes, ela é a Heloísa Helena dessa eleição. Suas intenções de voto não chegarão a 15% e ela não será eleita, mas será a opção como a daquela galera que vota na Soninha pra Prefeitura de São Paulo. E ela não vai ser eleita porque seu partido é pequeno, não tem alianças e bandeira do meio-ambiente é muito bacana, mas no fundo, todo mundo quer ligar o ar-condicionado no verão e ser feliz. É aquela coisa que todo mundo acha importante, mas não dá muita atenção.
Em São Paulo, especificamente, mas no sul-sudeste em geral, existe uma pequena divisão na classe média. Essa divisão é o eleitorado da Dilma. A classe média do sul-sudeste lê a Veja e é tucana. Principalmente em São Paulo, que está caminhando para as duas décadas de governo tucano.
No norte-nordeste, a situação é a oposta. A pequena parcela vota no Serra. A grande parte da população elege a Dilma, não por conhecê-la, mas por ela ser a candidata do Lula.
E isso é importantíssimo de se destacar, que a Dilma, se for eleita, será apenas por ser a candidata do Lula. E não adianta atacá-la com seu passado (coisa feia que a Época fez na edição dessa semana) ou a Veja faz costumeiramente. Dilma só é a atual candidata porque Palocci e Zé Dirceu pisaram na bola feio.
Mas eleição presidencial, bem como futebol, é uma caixinha de surpresas. Mas não são onze contra onze.

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