domingo, 29 de agosto de 2010

Sobre trabalho e satisfação pessoal

Vovô sempre disse "trabalho porque me pagam. Por prazer, eu cuido das minhas cabras, no meu sítio, sossegado". Ora vovô, que bobagem. O trabalho braçal é o mais estressantes dos trabalhos. Ou não? É difícil acreditar que o trabalho braçal é o mais estressante. Talvez seja apenas estafante, e estresse e estafa são coisas bastante diferentes.
Todo mundo tem aquela sensação de que tá trabalhando demais para o que ganha ou é só quem está descontente com a função que exerce? Porque tem muita gente que trabalha para caramba, mas aparenta satisfação com o que faz não só no dia do pagamento.
E não é puxando nenhuma sardinha, nem dando publicidade desnecessária, mas esse ser deste lado da tela lembra que se sentia feliz em levantar para trabalhar na agência que, por ironia divina, foi o emprego mais curto que já teve.
Levantar cedo, trabalhar horas e mais horas a mais que a carga diária contratada pelos empregadores e até ganhar menos do que a base da função exercida, com mais descontos que os normalmentes aplicados eram meros detalhes para um trabalho em que ela realmente tinha prazer de executar.
Exceto quando tinha uma idiota atrapalhando seu caminho. Tem um tipo de pessoa que é insuportável no mundo corporativo - aquela "certinha". A pessoa "certinha" é aquela que não vai ao banheiro da empresa porque se sente mal de gastar o papel higiênico. E ela aquela que fica dando pitaco em como você deve trabalhar, com medo que, se você fizer uma merda, essa merda respingue nela.
Normalmente a pessoa "certinha" não tem um cargo de poder. Mas ela acha que tem. Bobagem. Essa pessoa tem, na verdade, muitos anos na mesma função - certamente burocrática, porque gente "certinha" não tem desenvoltura pra exercer uma função que exija jogo de cintura e raciocínio rápido. São pessoas que podem ser facilmente substituidas por máquinas - e ela acha que tem alguma coisa errada com você. Acredite, ela vai achar um defeito em você que só ela é capaz de ver, por ele nem existe, na verdade. Tipo o fato de você voltar do almoço, usar o banheiro da empresa e depois escovar os dentes.
Poxa, você poderia considerar mais, afinal você usando o banheiro da empresa, o departamento de compras tem de pedir mais papel higiênico, e mais toalhas de papel para secar as mãos e mais sabonete. E isso pega mal para essa pessoa, porque ela tá segurando seu organismo para não utilizar o banheiro da empresa por anos e mais anos, ai chega você, logo no seu primeiro dia e, depois do almoço, vai ao banheiro.
Enfim, emprego ou subemprego, sempre tem a pessoa "certinha" pra foder sua vida. Essa pessoa, claro, não está feliz. Mas ela não vai falar nada, porque emprego tá difícil pra quem não tem muita qualificação (e, em experiência própria, pra quem tem excelentes qualificações) e ninguém pode se dar ao luxo de escolher emprego.
Mas nós chegamos ao ponto crucial - por que quem tem qualificação não pode escolher emprego, hein? Quem foi que inventou essa regra básica que ninguém pode se dar ao luxo de escolher emprego? E antes que os comunistas venham contar da máxima do capitalismo, a tia aqui não faltou a uma aula de sociologia, viu? Então não façam como a pessoa "certinha" faria e ignorem a hipótese de ignorância, viu? O repertório aqui é bem vasto e poderíamos discutir muito isso.
A questão é bastante simples - escolhendo um emprego que lhe dá prazer, cada indivíduo fica muito mais satisfeito, por dois motivos - primeiro por entender bem e gostar do que faz, portanto, diminuindo a sobrecarga de estresse e segundo porque o dinheiro seria consequência do trabalho bem executado com prazer.
Agora se você tem qualificações suficientes para escolher emprego, mas aceita qualquer coisa porque o capitalismo desenfreado mexe com sua cabeça a ponto de você estar há 6 meses desempregado (a) e precisar ter dinheiro para ter (a)Liberdade, (b)Diversão (c)Luxos, parabéns! Sua vida deve ser um cu, bem como a dessa que vos fala. Aí o que você tem a fazer é se fechar na sua própria cabeça e começar a criar pessoas que não existem, mas que te deixem mais confortáveis que aquele bando de gente com menos qualificação que você. (Depois falamos de egocentrismo e arrogância, ok?)
E é só o primeiro mês de subemprego.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Theatricality


Primeiro devemos nos atentar que a Fox Brasil cometeu o grotesco erro de passar o teaser de Funk na última semana e exibiu o epsódio correto, que era o Theatricality (que em português ganhou o nome imbecil de "Eu sou quem eu sou"). E essa semana estará exibindo o teaser de Theatricality quando, na verdade, o epsódio que será exibido semana que vem será o Funk.
Mas falemos do que é importante. Quando Theatricality foi ao ar na terra do tio Sam, alguém (olhos para cima) disse que esse epsódio tinha potencial "The Power of Madonna". Porque dona GaGa tem potencial de Madonna nos tempos aureos.
Mas isso não ocorreu. O epsódio é cheio de drama, com a Rachel descobrindo que a Shelby é a mamãe, e o Finn dividindo o quarto com o Kurt e dizendo pra ele que ele não é viado nem nunca vai ser viado, então pro Kurt deixar de viadagem, o Puck querendo participar da escolha do nome e do parto da Quinn e a Tina que não podia mais usar as roupas horrorosas.
Enfim, o epsódio é muito teatral (duh!), mas não chega nem perto do melhor epsódio da temporada. Vale a pena assistir, mas não ficar naquela vibe de "esse é o melhor epsódio ever".
Músicas do epsódio:
Funny Girl - Shelby - Barbra Straisand
Bad Romance - New Directions Girls e Kurt - Lady GaGa
Shout it out loud - New Directions Boys - Kiss
Beth - New Directions Boys - Kiss
Poker Face - Shelby e Rachel - Lady GaGa

domingo, 22 de agosto de 2010

E a corrida presidencial, hein?

Se tem um termo que não faz o menor sentido para pessoas cuja imaginação seja tão fértil quanto a dessa que voz fala, esse termo é "corrida presidencial". Porque a tendência é sempre imaginar os candidatos à presidência numa espécie de São Silvestre que dura 10 meses. Ou numa corrida maluca, como o desenho homonimo.
Mas vamos falar do que importa. Quem sabe o nome de todos os candidatos à presidência sem recorrer ao Google? Pois eles são, em ordem alfabética: Américo de Souza (PSL), Dilma RoussefF (PT), Ivan Pinheiro (PCB), José Maria Ey Ey Eymael, o democrata cristão (PSDC), José Serra (PSDB), Levy Fidélix (PRTB), Marina Silva (PV), Plinio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU).
Todo mundo sabe que a grande briga é entre Dilma e Serra e que Marina está fazendo as vezes que Heloísa Helena fez nas eleições de 2006, de voto alternativo. Plinio já conquistou, por conta de suas vitórias, primeiro no debate da Band, depois em entrevista para o Jornal Nacional, a final na Libertadores da América, contra o Inter. (Tunduntss)
É importante destacar dois candidatos. Ey Ey Eymael. O democrata cristão e Levy Fidélix. Nenhum dos dois nunca vai ganhar eleição para grandes cargos, por diversos motivos, sendo o mais óbvio, os partidos e coligações pequenos que fazem parte. Mas ambos são ícones de anos políticos, como era o finado doutor Enéias Carneiro (que Deus o tenha em um bom lugar).
Mas Ey Ey Eymael, o democrata cristão sempre traz para os anos pares o seu grudento jingle. Tão grudento que ninguém nunca prestou atenção em suas propostas, mas sabe cantar o jingle.
E Levy Fidélix é o mais preocupante. Porque vale lembrar que Enéias e Havanir já foram os vereadores e deputados mais votados do país. E todo mundo que votou na dupla do PRONA, o fez como voto de protesto/chacota. Não que o Levy Fidélix corra esse risco agora nas eleições presidenciais. Mas ele serve perfeitamente para esse papel, com seu incrível projeto subestimado do aerotrem. Se a assessoria de imprensa dele fosse boa (oi Levy, tô topando uma assessoria, viu), essa seria a hora dele ser presidente, porque pra 2014 e 2016, o Aerotrem seria uma mão na roda.
Mas levando menos na brincadeira, devemos nos atentar para essa galera que faz voto de protesto/chacota pra criar um caos e elege um sujeito bastante aleatório, porém de credibilidade jocosa. Não adianta explicar que não existe voto de protesto, que votar branco e anular voto é deixar que outros escolham por você, uma vez que a eleição é ganha por aquele que tiver a maior parte dos votos válidos.
Então não adianta nada ser pseudo-comunista ou pseudo-socialista (sorry Plinio, folks do PCO, PSTU e afins, sorry galera riquinha da PUC, cujos pais gastam uma fortuna pra que vocês sejam pseudo-comunistas ou pseudo-socialistas em Perdizes, dirigindo Pegeouts, Citröens e utilitários), porque essas idéias, além de ultrapassadas nunca ganharam nem nunca vão ganhar eleição.
Quanto à Marina Silva, bem, como foi dito antes, ela é a Heloísa Helena dessa eleição. Suas intenções de voto não chegarão a 15% e ela não será eleita, mas será a opção como a daquela galera que vota na Soninha pra Prefeitura de São Paulo. E ela não vai ser eleita porque seu partido é pequeno, não tem alianças e bandeira do meio-ambiente é muito bacana, mas no fundo, todo mundo quer ligar o ar-condicionado no verão e ser feliz. É aquela coisa que todo mundo acha importante, mas não dá muita atenção.
Em São Paulo, especificamente, mas no sul-sudeste em geral, existe uma pequena divisão na classe média. Essa divisão é o eleitorado da Dilma. A classe média do sul-sudeste lê a Veja e é tucana. Principalmente em São Paulo, que está caminhando para as duas décadas de governo tucano.
No norte-nordeste, a situação é a oposta. A pequena parcela vota no Serra. A grande parte da população elege a Dilma, não por conhecê-la, mas por ela ser a candidata do Lula.
E isso é importantíssimo de se destacar, que a Dilma, se for eleita, será apenas por ser a candidata do Lula. E não adianta atacá-la com seu passado (coisa feia que a Época fez na edição dessa semana) ou a Veja faz costumeiramente. Dilma só é a atual candidata porque Palocci e Zé Dirceu pisaram na bola feio.
Mas eleição presidencial, bem como futebol, é uma caixinha de surpresas. Mas não são onze contra onze.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dream On


O 19º epsódio da primeira temporada de Glee é muito legal porque tem nome de uma música do Aerosmith. E tem o Brian Ryan, ex-companheiro do Mr Schue no Glee Club e eles cantam a música do Aerosmith. E o Artie dança. De verdade, fora da cadeira e tal.Na verdade ele não só dança, rola todo um flash mob.
E tem a Shelby. A gente descobre que ela é a mamãe da Rachel. E elas cantam I dreamed a dream. E a gente descobre que foi pra ela poder se aproximar da Rachel que ela colocou o Jesse St James no caminho da nossa estrelinha, e não pra foder com o clube.
É mais um epsódio incrível da série. Vale a pena assistir.
Músicas do epsódio:
Piano Man - Brian Ryan - Billy Joel
Dream On - Will e Brian Ryan - Aerosmith
Sanfety Dace - Artie - Men Without Hats
I Dreamed a Dream - Rachel e Shelby - Les Miserábles
Dream a Little Dream - Artie - Ozzie Nelson

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Manual do gordo

No último post sobre comida falamos sobre a rede dos irmãos McDonald que o Ray Croc roubou e fez crescer e ser o maior marco do capitalismo mundial, junto com sua parceira no crime, a Coca-Cola. Neste post, falaremos do concorrente - O Rei do Hamburguer.
O Burger King é recente no Brasil. Mas já fidelizou uma grande clientela que, se puder escolher entre a rede dos arcos dourados ou a rede das coroas, escolhe a das coroas.
Os lanches são maiores e bem mais saborosos que os do McDonald's. E nem é porque a carne do Burger King é bovina e a carne do McDonald's é de minhoca, é porque a carne do Burger King é grelhada na manteiga, e não tem nada melhor para entupir suas veias de gordura que manteiga. Por isso que essa gordura de leite é tão deliciosa.
Outro motivo pelo qual os lanches do Burger King são melhores que os do McDonald's é que boa parte deles têm bacon e, se não tiverem, você pode adicionar. Diferente do McDonald's, que se você pedir bacon eles vão dizer que não faz parte do lanche e te mandar pastar.
Mas neste post a intenção não é descorrer sobre preferências obesas de gordura saturada. É dar uma dica: nunca, em hipotese alguma, nem sob tortura, coma os lanches especiais com cheddar do Burger King.
Se seu desejo for cheddar, tire a coroa, enfie o rabo entre as pernas e vá ao McDonald's. Como batatas fritas e lanches especiais, cheddar é uma especialidade do McDonald's. No Burger King, o cheddar usado é aquele que também é usado pelo tio da barraquinha da esquina, que não passa de gordura hidrogenada com maisena e corante laranja = gastrite.
Sério, só vá ao Burger King se sua intenção é enfartar, porque com os lanches imensos deles, é essa sensação que se tem após essa orgia gastronômica. E não consuma lanches com cheddar. Lembre-se: para cheddar de gordura hidrogenada, maisena e corante, prefira o tio da esquina, que te cobra R$4,50 no x-bacon salada, e não a rede de fast food que vai te cobrar R$17,00. Reflita.

domingo, 15 de agosto de 2010

Laryngitis


Laryngitis é mais um epsódio que segue a linha dos melhores epsódios dessa segunda parte da primeira temporada de Glee. Por que? Porque tudo, aparentemente, muda.
Puck é jogado na lata de lixo pela escória da sociedade do ensino médio, os gordos e nerds, porque ele raspou o moicano, obrigado por sua mãe e seu médico, que achavam que uma pinta podia ser um sinal de câncer de pele. Pra se livrar de ser perseguido por seus ofensores, ele decide que deve conquistar Mercedes, que agora é cheerleader e super popular.
Rachel percebe que alguns de seus colegas do clube não têm cantado nos ensaios, e faz uma lista para o Mr Schue, com os nomes dos preguiçosos. Ele, por sua vez, passa uma tarefa de "reencontrar" as vozes do clube. Rachel escolhe cantar uma música da Miley Cyrus (a.k.a. Hannah Montana) e, para surpresa geral, ela está sem voz. Ai ela vai ao médico, que a diz que ela está com laringite, e que se ela não fizer bastante repouso vocal, terá de extrair as amigdalas.
Finn está cada dia mais apaixonado por Rachel e deixa isso bem claro, assim como fica clara a afinidade dele com Burt, pai de Kurt. Kurt, para se aproximar de seu pai, resolve tentar a heterossexualidade, com um empurrãozinho da treinadora Sue Sylvester, e passa a se vestir como o pai e cantar músicas que o pai gosta, além de dar umas beijocas na Britany.
Santana tem um ataque de ciúmes do namoro de Puck e Mercedes e promete fazer um inferno na vida de Mercedes. Rachel fica deprimida e dramática por causa da sua falta de voz e Finn a apresenta para um amigo seu que fraturou a coluna durante um jogo de futebol americano e ficou tetraplégico, para que ela entendesse que existem pessoas com mais motivos para ficaram deprimidas que ela.
Enfim. Laryngitis é um epsódio incrível, que te faz chorar, nem que seja aquela única lagriminha no final, quando a galere canta One do U2.
Músicas do epsódio:
The Climb - Rachel - Miley Cyrus
Jessie's Girl - Finn - Rick Springfield
The Lady is a Tramp - Puck e Mercedes - do musical Babes in Arms, conhecida pela versão de Frank Sinatra
Pink Houses - Kurt - John Mellencamp
The Boy is Mine - Mercedes e Santana - Brandy and Monica
Rose's Turn - Kurt - do musical Gypsy
One - New Directions - U2

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Bad Reputation


Bad Reputation não é o melhor epsódio da temporada, mas é o preferido dessa que vos fala. Mesmo estando quase uma semana atrasada na escrita deste post.
E por que o Bad Reputation ganhou esse soft spot nesse coração de pedra? Porque todas as músicas são muito ruins e ganharam versões muito boas.
A participação da Olivia Newton-John colabora apenas para despertar a lembrança dum tempo onde uma amiga obrigava a uma pobre criança indefesa a assistir Grease diariamente.
A melhor versão feita pelo epsódio, sem dúvida, é Total Eclipse of The Heart e, só de pensar na seqüência foda de ballet realizada por Lea Michelle e Jonathan Groff, esse ser fica completamente estática e arrepiada.
E, infelizmente como o computador que contém os arquivos de Glee está impossibilitado de uso, não teremos as músicas disponíveis aqui, apenas as listas. Mas olha, vale muito a pena procurá-las no youtube.
Músicas do epsódio:
Ice Ice Baby - Will e New Directions - Vanilla Ice
U Can't Touch This - Artie, Kurt, Mercedes, Tina e Britany - Mc Hammer
Physical - Olivia Newton-John e Sue Sylvester - Olivia Newton-John
Run Joey Run - Rachel, Puck, Finn e Jesse - David Gueddes
Total Eclipse of The Heart - Rachel Puck, Finn e Jesse - Bonnie Tyler